sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Filosofia da Ciência


A fi
         A RELAÇÃO ENTRE A FILOSOFIA E A CIÊNCIA.
        
        A filosofia opõe-se ao senso comum porque recusa a superficialidade, as visões simplistas e instantâneas, as opiniões infundadas e não argumentadas, as verdades tradicionais cristalizadas. Rejeita o senso comum e sua  fixidez, bem como a precipitação, a pressa de se agarrar a qualquer verdade fácil e cômoda, a intolerância própria de quem transforma as opiniões em crenças inquestionáveis. Ela  faz a crítica sistemática do senso comum realçando o fato de que muitas das questões tratadas com leveza pelo pensamento vulgar podem ser aprofundadas e refletidas de modo rigoroso e radical pelos filósofos   A filosofia, porém não é ciência porque não delimita o seu campo de análise, não utiliza experimentações e não é objetiva. Podemos considerar que a  filosofia não é definitivamente ciência embora, tal como ela, procure construir um saber sólido e racional, um saber que ultrapasse o nível do estritamente vivenciado para, assente no rigor e na reflexão crítica, permitir uma compreensão esclarecida do mundo e de nós mesmos. Ninguém espera que a filosofia forneça respostas exatas e únicas para os problemas fundamentais do Homem. A própria diversidade das respostas, sendo fator de diálogo e discussão, é enriquecedora e estimula a procura pessoal, a construção da nossa mundividência.
     Entre outras tarefas da Filosofia estar  a de examinar os nossos preconceitos e não podemos esquecer que há também preconceitos científicos, antigas verdades que perderam o seu valor científico ou foram substituídas por outras, mas a que nos apegamos obstinadamente. Para o homem do senso comum a ciência, que lhe permanece estranha, transformou-se numa nova religião e na fábrica de novos dogmas.
     Por outro lado, as próprias explicações científicas deixam por responder muitas questões que não podem ser ignoradas e acrescentam também novos problemas. A aliança entre a ciência e a técnica, sem dúvida proveitosa em muitos aspectos, empobreceu a racionalidade convertendo-a numa racionalidade técnica, instrumental, que parece só entender a realidade quando a pode manipular e submeter.
       Um dos representantes da Filosofia da Ciência, Karl Popper, surge no período da revolução industrial  a  utilização maciça das aplicações técnicas do conhecimento científico produziu um período de progresso material acelerado, no qual a humanidade avançou mais em dois séculos neste campo do que nos quatro mil anos anteriores. Em um ambiente de supervalorização do progresso científico e de deturpação da natureza original da ciência Karl Popper, se tornaria o mais influente e respeitado filósofo da ciência entre os homens que a fazem nos dias de hoje. Austríaco de nascimento e britânico por opção, Popper é o autor da definição atualmente mais aceita de teoria científica: "Uma teoria científica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns postulados simples como também deverá ser capaz de fazer previsões claras as quais poderão ser testadas." Com esta definição, a simplicidade e a clareza voltavam a ser virtudes identificadoras da boa ciência, que assim se separa das mistificações que nos dois séculos anteriores tentaram pegar carona em seu prestígio. Popper defendeu que, se a ciência se baseia na observação e teorização, só se podem tirar conclusões sobre o que foi observado, nunca sobre o que não foi.
      Assim, se um cientista observa milhares de cisnes, em muitos lugares diferentes e verifica que todos os cisnes observados são brancos, isto não lhe permite afirmar cientificamente que todos os cisnes são brancos, pois, não importa quantos cisnes brancos tenham sido observados, basta o surgimento de um único cisne negro para derrubar a afirmação de que eles não existiriam. Assim, qualquer afirmação científica baseada em observação jamais poderá ser considerada uma verdade absoluta ou definitiva. Uma teoria científica, no máximo, pode ser considerada válida até quando provada falsa por outras observações, testes e teorias, mais abrangentes ou exatos que a original. Falseabilidade: A possibilidade de uma teoria ser refutada constituía para o filósofo a própria essência da natureza científica. Assim, uma teoria só pode ser considerada científica quando é falseável, ou seja, quando é possível prová-la falsa. Esse conceito ficou conhecido como falseabilidade ou refutabilidade. Segundo Popper, o que não é falseavel ou refutável não pode ser considerado científico. Limites da ciência: Com Popper, os limites da ciência se definem claramente. A ciência produz teorias falseáveis que serão válidas enquanto não refutadas. Por este modelo, não há como a ciência tratar de assuntos do domínio da religião, que tem suas doutrinas como verdades eternas ou da filosofia, que busca verdades absolutas.



Referências Bibliográficas:
Cotrin, Gilberto; Fernandes, Mirna. Fundamentos de Filosfia. 1º Ed. São Paulo: Saraiva,2010. Páginas330-


Nenhum comentário:

Postar um comentário